Em
uma visão bem pessoal, vivenciei a evangelização na minha própria família
juntamente com meus sete irmãos, conduzidos à fé e ao temor a Deus através de
uma prática religiosa com muita simplicidade, porém, com muita autoridade e
amor, sobretudo, de nossa mãe. E esta prática religiosa tendo como objetivo
principal a busca ao temor de Deus, se deu através de atividades que se
iniciaram muito cedo em nossas vidas, desde crianças. E, hoje, todos nós, os
filhos da Dona Maria, servimos à Igreja priorizando a busca contínua a Deus bem
como conduzimos nossos filhos e netos a trilhar esse caminho indicado e
vivenciado por ela, nossa mãe!
Assim
sendo, devemos sim evangelizar as crianças, pois conforme disse Jesus, em
Marcos 16.15: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a TODA CRIATURA, ora, a
criança também faz parte desse “TODA CRIATURA”. Conforme declara o Catecismo da Igreja
Católica (CI), o primeiro passo para que se inicie a evangelização da criança é
a realização do Batismo, pois assim ela contará com o desabrochar necessário da
graça batismal.
A
Escritura diz: “Todo o que nele crer não será confundido” (Is 28.16)
“Porque
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Is 3.5)
Porém,
como invocarão Àquele em quem não tem fé? E como crerão Naquele de quem não
ouviram falar? E como ouvirão falar se não houver quem pregue? E como pregarão,
se não foram enviados como está escrito em Romanos 10, 14-15a? Logo, a fé
provém da pregação e a pregação (evangelização) se exerce em razão da palavra
de Cristo (Rm 10.17).
Considerando
o atual comportamento humano, em que a ambição do poder e do ter não tem limites, a família que já não encontra o precioso
tempo tão necessário para estar com os filhos, se preocupa muito mais em
oferecer “tudo” aos filhos (brinquedos, computadores, estudos, viagens dentre
outros). E é direito de as crianças terem tudo isso, mas com moderação e,
sobretudo, ter direito ao convívio familiar com amor e presença dos pais sem limites. E nesse sentido, os pais
cristãos devem ser seus primeiros evangelizadores, transmitindo-lhes a fé,
mostrando que muito mais importante do que TER é SER. Ser imagem do Criador,
ser bênção, ser obediente e fiel à Palavra de Deus, viver o perdão, a
reconciliação, a misericórdia... e esses ensinamentos só serão repassados às
crianças tendo como fio norteador a vivência dos mandamentos de Deus. É de suma
importância resgatar nossas crianças deste “mundo” do consumismo desenfreado
que tem por finalidade apenas o TER, e conduzi-las a Deus, à santidade, levá-las
a reconhecer e identificar em meio a tanto barulho, a busca suave do Espírito
Santo de Deus. O segredo da felicidade das crianças consiste em saber e sentir
que são amadas incondicionalmente, ou seja, é saber e sentir que papai ama,
mamãe ama, vovó e vovô amam, tios amam, mas
quem ama muito mais é o Papai do céu!
Portanto,
faz-se necessário que família e igreja, de posse desta verdade, coloquem em
prática esta vivência de fé com as crianças, pois só assim, elas crescerão
blindadas contra todo o mal existente nesse mundo e chegarão um dia com o
coração puro diante daquele que nos constituiu seus filhos.
Zalita Pedro
Coordenadora do Ministério de Criança do Estado de Goias/ RCC